Afogamento Seco - Novel - Capítulo 3
‘Um sonho pode durar tanto tempo?’
Olhando para Ed, o mordomo que colocou a bandeja de madeira em seu colo, ele não consegue esconder suas dúvidas sobre aquela situação absurda.
Já era uma cena que se repetia por quase duas semanas.
Ed era bastante amigável quando trazia sopa quente ou ensopado com ingredientes bem picados para cada refeição, mas isso era tudo. Ele tinha esse tipo de rosto quando ouviu do médico que suas cordas vocais estavam gravemente danificadas e incapazes de falar.
É uma pena, até um idiota percebe quando ele diz isso com uma expressão que não sente nada. Bem, já ele próprio, que estava ao seu lado, tinha a mesma expressão sem inspiração, pode ser o mesmo. Foi o médico que ficou bastante surpreso ao ver como ele estava calmo para uma pessoa que foi diagnosticada com uma deficiência. Você pode ter pensado que o choque foi tão grande que não conseguiu aceitá-lo.
Primeiro dia. Ele queria que tudo acabasse, mas quando abriu os olhos ainda estava no quarto.
O teto alto e o lustre estavam intactos, então ele se levantou com uma sensação meio absurda.
Se ele ainda estiver no mesmo lugar depois de acordar, essa é a realidade? Quando deu um passo para fora da cama, a dor latejando aqui e ali era definitivamente vívida.
Primeiro, ele tinha que descobrir onde era esse lugar.
Se ele realmente salvou-o, qual seria o motivo?
Depois de me certificar de que não havia ninguém no quarto, puxando as cortinas em camadas. Uma grande janela de vidro, alta o suficiente para ultrapassar a altura, levava a um pequeno terraço. Sem hesitar, abriu a porta e olhou para frente. O ar frio roçava suas bochechas e o cenário se revelou à frente.
Não havia nada além.
Apenas uma floresta com grossas folhas pretas, uma floresta, uma floresta-
— …… ?
‘Existem árvores negras assim?’
Calando a boca com o cenário que permanecia o mesmo se ele piscasse mais uma vez. Não era simplesmente uma ilusão causada pela reflexão da luz. Se for esse o caso, deveria ter sido por volta do pôr do sol ou no meio da noite.
Mas agora era meio-dia e o sol estava em alta.
Apesar do céu claro, a escuridão caiu e a floresta em constante expansão cercou a área, fazendo com que parecesse um mar negro.
Abrindo a janela na expectativa do cenário desolado da cidade, mas não sabia como interpretar esse cenário que nunca tinha visto antes. Surpreso com os visuais frescos, as atenções se concentraram ali, mas, na verdade, a vista da mansão com vista para ela também não foi fácil.
O cavalo era uma mansão, quase como um castelo.
As paredes que cercam a mansão, assim como o grande local, eram estranhamente altas mesmo à distância.
Por mais que ele olhasse ao redor, estreitando seus olhos porque era completamente diferente do lugar onde morava, abaixando a cabeça com o olhar que parecia flagrante, nossos olhos encontraram-se abaixo. Era uma altura da qual pessoas comuns jamais conseguiriam pular, mas o adversário tinha uma expressão que afirmava que se pulasse ia a qualquer momento.
— Está ventando, então se apresse, e volte para dentro.
A frase em si foi educada, mas havia hostilidade óbvia no olhar frio. Mas o que deixou-o mais preocupado do que roupa era o que o homem estava usando.
Se sua visão estivesse normal, definitivamente era uma armadura.
No século 21, havia apenas uma conclusão que ele poderia tirar quando viu uma, mas várias pessoas vestidas casualmente assim e segurando uma lança.
‘Ainda estou sonhando.’
Além disso, é desnecessariamente delicado e absurdo.
Abrindo a porta do corredor por via das dúvidas, mas também havia gente lá. A expressão inexpressiva em seu rosto dizendo-lhe para entrar no quarto não era muito diferente das que ele tinha visto antes.
— Você precisa descansar.
Ed trouxe a refeição logo depois e acrescentou tais palavras como uma máquina quebrada. Era um descanso, como diziam, mas na verdade era um confinamento.
— ……
Havia poucas coisas que ele pudesse fazer no quarto espaçoso, mas vazio. É a primeira vez que descanso em um lugar tão luxuoso sem trabalhar, então acho que dormi apenas alguns dias. Quando foi a última vez que fiz uma pausa sem se preocupar com nada? Procurei, mas não consegui lembrar de nada. É que minha cabeça está toda branca.
Ocasionalmente, quando acordava de madrugada, ouvia sons estranhos vindos de longe.
Não pensando que fosse apenas uma brisa, mas não demorou muito para que percebesse que não era.
Bang!
A noite em que acordou com o som de janelas tremendo e quebrando.
Piscando com força porque não conseguia captar direito sua mente nublada e, mais uma vez, ele se espremeu pela janela e o ‘som’ vazou. Foi a primeira vez que ele ouviu algo assim. Confuso se era um sonho ou não, levantou suas pálpebras, que continuavam fechando novamente.
Sendo difícil de despertar. Balançando a cabeça pesada e afunda, saiu da cama e deu um passo para mais perto da janela onde as cortinas estavam fechadas. Um rangido veio da moldura da janela bem acabada. Pode ter sido soprado por ventos fortes.
‘Como isso soou?’
Parecia que vinha da floresta, mas não era preciso.
É um lugar cercado pela natureza, então não será estranho se alguma coisa viver lá. Pode haver ursos, raposas ou até animais maiores vivendo lá.
No entanto, era diferente do som de uma besta.
Murmurando enquanto lentamente levantava a mão.
Mais do que isso, algo, um pouco mais….
— lan…
Mesmo no sonho, seu nome ainda era Ian. Ao ouvir a voz atrás dele, ele parou de tentar abrir a janela e se virou. Ed entrou sem bater e sorria suavemente.
— O mestre estará de volta em breve.”
E a mesma palavra novamente.
Franzindo a testa para a história que ouviu várias vezes antes, franzindo os lábios.
Mas com suas cordas vocais danificadas, não podia nem fazer uma pergunta. Quando calou a boca e ficou olhando para ela, o convite para ir para a cama e dormir voltou.
Ed ficou de pé e não tirou os olhos dele até voltar para a cama e o cobriu com as cobertas. É um rosto sorridente que não se move mesmo quando as sombras oscilam na luz bruxuleante das velas. Mesmo quando fechou os olhos, podia sentir o olhar dele por um tempo. Fingindo estar dormindo controlando sua respiração, mas depois de alguns minutos ouviu a porta bater.
Assim, ele viveu como uma sombra nas duas semanas seguintes. A resposta correta era que ninguém o tratava como alguém que existia, então Ian realmente agia como alguém que não existia.
No entanto, com o passar do tempo, a convicção de que isso era realmente um sonho foi se desvanecendo. Talvez todos os pensamentos que ele tinha fossem bobagens, mas não havia como explicar a realidade que não mudava por mais que dormisse e acordasse.
Não havia espelho, mas o rosto refletido na janela era o mesmo.
É diferente se o cabelo comprido até a cintura for diferente?
Era macio e brilhante, como se tivesse sido bem cuidado, mas era apenas incômodo para si mesmo, que nunca deixava o cabelo crescer abaixo dos ombros em sua vida. Mesmo que Ian quisesse cortá-lo, não poderia nem começar com as ferramentas desse quarto.
Ele quer se machucar, mas. Todas as ferramentas afiadas foram guardadas. Se você decidir fazer isso, pode arrancar a cortina e se enforcar. Pensamento sem sentido, arrancou as cortinas, e Ed, que trouxe a refeição do dia seguinte, murmurou calmamente: — O alfinete está solto. — Naturalmente, o parapeito da janela ficou vazio depois disso.
— …..
Olhando para Ed, que agia como se nada tivesse acontecido, Ian sentiu as perguntas se acumularem aos poucos. Não ficando frustrado por não conseguir se comunicar porque geralmente ficava sem palavras, mas queria perguntar quanto tempo teria para continuar jogando esse jogo de confinamento sem sentido.
E à noite ele pensou assim.
Era exatamente a tarde do dia 15.
Um dia que a mansão silenciosa se tornou estranhamente barulhenta, Ian, que estava meio adormecido sob a luz do sol ao som alto de uma trombeta através do caixilho da janela, não teve escolha a não ser abrir os olhos.
Quando virou a cabeça para ver o que estava dizendo, viu vagamente através da janela de vidro sem cortinas o portão hermeticamente fechado sendo aberto. Sentindo-se em dúvida, ele se afastou da sonolência e se aproximou da janela. Além dos portões abertos, árvores grossas e poeira espessa estavam subindo.
Ian nunca tinha visto aquele portão aberto.
Concentrando-se no campo de visão, que estava longe, e naquele momento, a visão de dezenas de cavalos se derramando pela poeira na mansão se desenrolou. Quando abriu a janela, o som alto de cascos ressoou. Aqueles que cavalgavam com o tremor do sol usavam armaduras negras.
Foi o momento em que a vida, como uma mentira, foi soprada na mansão, que sempre foi morta e silenciosa.
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LILITH TRADUÇÕES (Créditos aos capítulos de 1 ao 20 pela Coven Scan)
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