DID: Transtorno Dissociativo de Personalidade - Capítulo 02
A aula acabou.
Valeu a pena fugir de uma casa desconhecida e pegar um táxi. Antes de seguir para a faculdade, parou em uma loja de departamentos recém-inaugurada para comprar roupas, mas não se atrasou para a aula.
Sua carteira estava enfiada no bolso de trás da calça. Como Seowoon disse, não aconteceu nada, apenas adormeceu.
Aparentemente, seu nome era Shin Seowoon.
Seoho lambeu os lábios enquanto permanecia na sala de aula desordenada onde as pessoas, quando terminava a aula, saiam uma por uma.
‘Isso é realmente uma coincidência?’
Não será. Era engraçado saber que havia outro humano com o nome de Shin Seowoon, mas também era engraçado presumir que a pessoa que apareceu em sua frente era a mesma pessoa.
Não seria uma coincidência. Não foi coincidência.
-O que aconteceu ontem? Por que você desapareceu sem dizer uma palavra?
Seoho virou a cabeça e olhou para o sunbae da faculdade que falou com ele.
Seu nome é Lee Jee-Yoon. Mesmo dentro da Faculdade de administração, que tem quinhentos e quarenta alunos por ano, Jee-Yoon se destacava por dois motivos.
Seu avô era o fundador de uma empresa conhecida, e Jee-Yoon era o único ômega da família. Até Seoho sabia quem ele era.
‘Foi isso. Ele me deu remédio ontem.’
A Faculdade de Administração de Empresas tinha uma percentagem particularmente alta de alfa-ômega. Dois de cada cinco eram alfa ou ômega.
Em outras palavras, significava que havia algumas pessoas que tinham uma empresa para herdar, e também significava que ele cresceu vendo os alfas da casa fazendo o mal em cada esquina. Provavelmente metade das crianças da família foram estupradas.
Para essa pessoa, tomar remédio era normal.
-Eu estava bêbado.
-O que? Você só tomou uma bebida.
‘E parece que você me deu remédio e assistiu enquanto eu caia.’
A droga de estupro, popular em ambientes universitários, era a escopolamina. Era uma droga que fazia com que as pessoas obedecessem às palavras dos outros em um estado de perda da inteligência, mas, além disso, havia efeitos colaterais que só eram revelados em certos traços.
Um exemplo, a diminuição da função de feromônio.
Se você tomar esse medicamento, não poderá liberar o feromônio e não poderá sentir o feromônio da outra pessoa. Estava em um estado semelhante ao de um beta.
Tornou-se um tipo diferente de diversão estuprar alguém assim, borrifando feromônio ou remédio para controlar as pessoas. Alfas faziam sexo com pessoas que nem conseguiam se lembrar depois, o ômega não lubrificava assim como os betas, então havia momentos em que o corpo ficava gravemente ferido.
O ômega podia fazer sexo sem proteção, e o alfa poderia usar da violência sem se ‘preocupar’ com as consequências.
-Eu não sou bom bebedor.
-Ah, o que…você fez? Mas como você chegou em casa?
-Eu não sei. Quando abri os olhos, estava em casa.
-Ah…certo.
Um arrependimento breve, mas não discreto, passou pelo rosto do ômega.
Olhando para o rosto dele, era possível imaginar, que ele iria fazer tudo de novo.
Seoho coçou o queixo. A maioria das pessoas não sabia, mas era uma espécie de marca registrada de Seoho.
Estava pensando em fazer algo com ele, de modo que ficasse satisfeito.
-Jee-Yoon sunbae.
-Huh?
Seoho virou seu corpo para o lado.
As calças cáqui e as malhas marfim, que ainda possuem marcas de terem sido passadas a pouco tempo, combinaram naturalmente como se tivessem sido feitas uma pra outra.
Ele fechou os olhos ligeiramente e deu uma expressão suave.
-Você conhece alguém na secretaria da faculdade?
-Pra que precisa disso?
-Estudo nessa faculdade, mas só sei seu nome. Eu quero dar uma olhada em alguns nomes.
-Se for esse o caso, sei de algumas pessoas que podem ajudar nisso.
-Então, por favor.
-Oh, de graça?
Jee-Yoon não perdeu o pequeno ato de intimidade que Seoho demonstrou.
-O que você vai fazer por mim?
O dedo indicador com as unhas bem aparadas cutucou o ombro de Seoho.
-….
Seoho baixou os olhos e olhou para seu ombro mais uma vez, virando os olhos e sorrindo.
-Se você descobrir, vou pagar uma bebida para você.
-Cumpra sua promessa.
A pessoa que foi o centro das atenções ontem na festa da sociedade, esfregou seus ombros como se eles já tivessem se tornado amigos.
-Por qual nome devo procurar? Envie para mim. Vou para a aula depois, então posso descobrir o que quer imediatamente.
Seoho balançou a cabeça com um sorriso.
-Ouvidos, não telefone.
-Huh?
Seoho estendeu a mão e puxou a orelha de Jee-Yoon.
Como se não fosse suficiente apenas pronunciar o nome, ele sussurrou o nome na orelha de Jee-Yoon.
-Shin Seowoon.
-Ooh…ok.
O ômega com orelhas em forma de gancho cruzou as pernas estranhamente. Seoho soltou as orelhas como se estivesse acariciando as entre os dedos.
-Então vá e descubra.
-Huh? Tá bom.
Jee-Yoon estava curioso sobre o submisso do sorriso que desapareceu em um instante, mas ele já estava indo atrás de seu objetivo.
Tinha uma vaga sensação de ansiedade de que Seoho não iria mais olhar para ele e sorrir se ele não conseguisse o que lhe foi pedido.
Como um feromônio de má qualidade.
***
-Tudo bem, mas por que você está aqui de novo?
Jee-Yoon cumpria as tarefas diligentemente.
O nome Shin Seowoon não existia na Faculdade de Administração de Empresas. Procurou em toda a faculdade, mas havia apenas alguns nomes semelhantes, mas nenhum deles era exatamente o mesmo.
Quando relatou o resultado da procura, Seoho disse que estava tudo bem. Era como se ele soubesse o que aconteceria. Foi uma resposta calma para o pedido que ele havia feito e agora pagava uma bebida.
De qualquer forma, a noite, tornou-se uma festa regada a bebida. O lugar onde Seoho levou Jee-Yoon foi o restaurante de carnes em frente à faculdade onde aconteceu uma reunião da sociedade ontem.
-Não consegui comer porque não estava com fome. Mas a comida aqui é deliciosa.
Seoho se sentou no meio da loja que ainda não estava cheia.
-Interessante que algo assim esteja delicioso… não parece ter tudo isso de sabor. Não é um lugar apropriado para nós irmos, no entanto.
Uma cadeira redonda de plástico sem encosto não era boa o suficiente para ficar sentada por muito tempo.
-Ontem, você disse que não gostou tanto assim.
Sentado ao lado de Seoho, Jee-Yoon lambeu os lábios.
-Eu vi tudo. Você nem comeu a carne que os outros grelharam e deram para você.
-Como posso comer sendo que tenho que usar aqueles pauzinhos?
-Ah…? Foi isso?
-Foi.
Jee-Yoon balançou a cabeça enquanto fingia estar olhando para o menu sem real interesse.
-Não peça. Vamos para algum outro lugar.
Bang
Em seguida, pauzinhos foram colocados na sua frente.
-Tenta isso.
Seoho disse enquanto deixava seus Jeotgarak retos.
Ele não colocou os Jeotgarak na mão de Jee-Yoon para obrigá-lo a tentar, mas de alguma forma estava nervoso. Mesmo que o feromônio que revela descontentamento não fluísse, ele parecia claramente não estar contente com algo.
-Uh, sinto…muito. Se você não quiser ir para outro lugar, vamos apenas ficar por aqui…
Jee-Yoon, que encolheu os ombros, ergueu a mão em direção ao balcão.
-Vamos fazer os pedidos.
Assim como em um lugar abandonado, o balcão estava vazio. Jee-Yoon ficou um pouco nervoso.
-Tem alguém aqui para anotar meu pedido? Ooi!
-…Estou indo.
Como tinha acabado de chegar, saiu de dentro da cozinha amarrou apressadamente a alça do avental e se aproximou deles a passos lentos.
-O que você quer?
O funcionário que chegou ao lado da mesa tirou uma folha de pedidos e uma caneta esferográfica do bolso do avental e ergueu os olhos.
-…Uh?
Sua aparência mudou.
Seoho colocou o sorriso que tinha desaparecido como fumaça em seus lábios novamente.
-Olá, Seowoon sunbae.
-…
-Você trabalha meio período aqui?
-…
***
Droga.
Que azar. Acabou encontrando-o aqui.
A culpa era de Park Hyun-Cheol.
Um dia de folga por semana, então acordou mais tarde, cozinhou ramen e, enquanto estava morrendo na partida do jogo no PC, recebeu um telefonema do gerente. Ele disse que Hyun-Cheol sofreu acidente de novo hoje. Então implorou para que fosse trabalhar no lugar dele.
Deveria apenas ter desligado o telefone dizendo que estava ocupado. Ao menos deveria ter parado o jogo enquanto falava no telefone. Perdi o momento de dizer não enquanto segurava o mouse e falava ao telefone, levou cerca de 20 minutos entre o telefonema e ir para o trabalho.
O que resultou em Eun Seoho na sua frente.
Ele deve ter muito dinheiro, então por que continua vindo aqui para comer, ao invés de comer produtos importados? O gosto de um mestre não pode ser assim tão baixo. (N/T: Aqui, mestre se refere a alguém com dinheiro/posses.)
-…O que você vai pedir?
Seowoon de alguma forma escondeu seu constrangimento.
Não foi grande coisa. Seoho não sabia quem ele era.
Não é como se estivesse reparando todas as pessoas que frequentam aquela faculdade, então teria que passar por esta provação. Até porque não era grande coisa.
-Ah, é uma pena que não pude comer ontem, por isso voltei e o sunbae simplesmente está lá. É como um presente.
-Quem é você?
Seowoon queria dizer algo que incomodasse.
-De manhã, acho que fui grosseiro porque estava envergonhado. Pensando bem, eu nem mesmo agradeci. Eu estive pensando em você o tempo todo, mas acabou que nos encontramos de novo.
Eun Seoho sorriu de maneira encantadora para ele e acrescentou.
-Talvez sejamos parceiros destinados.
Essas palavras e o sorriso pesaram em sua consciência.
-…Que merda, isso é constrangedor. Faça logo um pedido.
-O que você gostaria de comer, sunbae?
Seoho perguntou para a pessoa que estava à sua frente. Por alguma razão, essa pessoa olhou fixamente para o rosto Seowoon.
Era um olhar que não escondia o que ele estava sentindo.
-Você acabou de chamá-lo de sunbae? Tem certeza que é um sunbae?
Essas palavras foram suficientes para fazer o coração de Seowoon palpitar.
…Ele percebeu. Seowoon não frequenta a faculdade.
_______ Nota da Lilith:
A obra foi doada por Ah-Ri Novel´s de 1 ao 44 foi feito por ela – Por conta de roubo de tradução estou colocando esse lembrete.
LA MÁFIA TRADUÇÕES (LEIA SOMENTE NOS SITES DE HOSPEDAGENS: YANP, FLUER BLANCHE, COVEN SCAN, BL NOVEL´S E WATTPAD)