Wet Point - Novel - Capítulo 02

[Jeong Yiseo: Que horas você chega em casa hoje?] 23h06

[Acho que o trabalho terminará tarde. Não se preocupe e vá dormir rapidamente. Você tem que ir para a escola amanhã.] 23h07

Depois de enviar a mensagem, Ian colocou o celular no fundo da bolsa. A bolsa preta com o tecido desgastado aqui e ali era a bolsa especial de Ian que ele usava sempre que fazia seu trabalho de “recados” de meio período. Uma ou duas vezes por mês, no máximo, o trabalho que permitia tocar uma quantia em dinheiro consistia principalmente em entregar ou trazer alguma coisa. Claro, Ian nunca soube o que era esse “algo” e nunca o entregou.

Enquanto Ian carregava sua bolsa, a pessoa que esperava ao lado dele bateu em seu ombro. Era Ahn Seongho? Ele era um homem que costumava andar com Hwang Youngwoo, que arranjava trabalho para ele.

— Você terminou? Vamos.

— Sim… … .

— Você não disse que era tão dedicado a sua irmã mais nova? Sua irmã mais nova também deveria saber. Que seu hyung está trabalhando muito. Faça direito e tenha certeza de ser recompensado mais tarde?

— … … .

Cada vez que Yiseo aparecia em suas bocas, Ian ficava assustado, como se estivesse encurralado. Isso porque ele estava preocupado que pessoas fazendo coisas misteriosas e desconhecidas pudessem entrar em contato com ela.

Foram também eles que procuraram Ian, que se sentia perdido apesar de trabalhar incansavelmente. Graças a isso, reduzia o número de empregos de meio período que tinha que fazer em três turnos, com pouco sono, para dois, e não só isso, começou a economizar aos poucos para as despesas de educação de Yiseo. Além disso, ele disse que uma vez terminado esse trabalho, por enquanto só iria empurrar coisas seguras que fossem feitas durante o dia, então não havia necessidade de incomodá-la revelando seus verdadeiros sentimentos.

O enorme Ahn Seongho subiu em um carro pequeno e velho. De repente, a carroceria do carro tremeu quando ele se acomodou no banco do motorista. Ian o seguiu até o banco do passageiro e suspirou nervosamente. Ahn Seongho, que viu o pescoço branco subindo e descendo, ergueu um canto da boca e ligou o carro. Ao contrário de sua aparência, o carro, que nem fez barulho ao ligar, saiu silenciosamente de cena.

— Você se lembra do lugar? Já esteve lá algumas vezes. Na fábrica abandonada. Pode ser confuso por conta das portas.

— Aham… … . Eu lembro. Mas não me disseram para subir naquele andar… … .

— Não há muita diferença. É só subir mais alguns degraus. Tudo o que você precisa fazer é trazer o que foi preparado com antecedência e sair.

— … … ok.

— Entre no prédio e encontre o quarto no segundo andar, vire à direita na escada. Tudo o que você precisa fazer é pegar a caixa atrás da pilha de fichas no canto da sala. Que cor ele disse que era?

— Marrom… … .

— OK. Então, se acontecer de você topar com alguém… … .

— Basta dizer que foi entregue e deixar as fichas para trás.

— Certo. Você tem uma boa memória. Não tenha medo.

Ahn Seongho confirmou a rota e o método de resposta a Ian várias vezes e entrou no caminho escuro da montanha onde não havia iluminação pública. Guincho, guincho. Por ser uma rua escura e sombria, o som do veículo em movimento parecia particularmente alto. Ian agarrou a bolsa tipo estilingue sobre o peito.

— Estarei esperando aqui, então saia em 30 minutos. Seja pontual. Entendeu?

Ao ouvir as palavras de Ahn Seongho, Ian apenas acenou com a cabeça baixinho e saiu do carro. O exterior era ainda mais sombrio, talvez porque não havia luzes no painel de instrumentos que brilhavam suavemente dentro do carro. Quando estreitou os olhos, mal conseguindo se ajustar à escuridão, e seguiu em frente, um prédio familiar onde esteve várias vezes apareceu. Era um prédio com um incinerador sujo de um lado, imaginando o que diabos eles estavam queimando.

— Parece muito ser ilegal… … .

Ian murmurou para si mesmo para afastar o medo e respirou fundo. As palmas das mãos que seguravam a bolsa tipo estilingue já estavam suando. Caia na real. Entretanto, ficou claro que tinham passado 5 minutos dos 30 minutos dados por Ahn Seongho. Pensando no rosto de Yiseo, que deve estar preocupado consigo mesmo, passou apressado pela porta lateral e entrou  no prédio.

— Não tenha medo. De qualquer forma, por dentro estará vazio. Eu sei, porque estive lá. Caso contrário, porque eu enviaria um novato como você?

Talvez as palavras de Hwang Youngwoo fossem verdadeiras, mas o prédio em que entrou depois de ficar muito nervoso estava inesperadamente silencioso. Ian, que a princípio andava sobre os calcanhares sem fazer barulho, gradualmente ficou mais relaxado e mal conseguia respirar quando chegou ao segundo andar.

No lado direito da escada de dois braços. E o quarto ao lado… … . Ao entrar, pensando novamente nas palavras que havia repetido dezenas de vezes, apareceu uma sala com o mesmo formato que o foi falado. Como ele ouviu, havia uma pilha de fichas e então… … .

— Encontrei. Foi fácil!

Havia uma caixa embrulhada em plástico não identificável. Era menor do que ele imaginava. Ian abriu a bolsa que carregava na frente dele e colocou a caixa dentro.

A mensalidade da faculdade de Yiseo estava pendurada nesta pequena caixa. Seu coração estava batendo forte. Agora, se ele terminar de entregar esta caixa e fazer mais algumas tarefas, talvez consiga fazer um trabalho decente para Yiseo.

— … … .

Mesmo tendo conseguido a caixa que queria, ainda precisava concluir a construção. Ian levantou-se silenciosamente e olhou para a porta aberta. Dando um passo à frente, sentindo-se tranquilizado pela presença invisível das pessoas. Ta~da, ta~da. Ele estava descendo rapidamente as escadas para ir ao primeiro andar.

— Você! O que?

O corpo de Ian enrijeceu de repente ao som de uma voz vinda de cima. Quando ele olhou para cima com os olhos arregalados que ameaçavam se derramar, um homem tão grande quanto Hwang Youngwoo poderia ser esmagado com uma mão, enquanto olhava para Ian. Havia até uma longa marca de faca no rosto que só podia ver de relance.

— Bem, isso… … . Eu, batatas fritas… … Eu vim trazer para…

Arruinado. Suor frio percorreu a espinha de Ian quando ele sentiu que havia falhado. Ian instintivamente agarrou a alça da bolsa que segurava com força e mordeu o lábio. Antes que ele percebesse, as alças da sua bolsa estavam ficando úmidas com o suor que havia encharcado suas mãos.

— Batata? Você trouxe alguma coisa hoje?”

— Sim… … . Ele me disse para entregar e eu deixei lá trás… …

Então… … . Mesmo enquanto Ian respondia, ele lentamente deu um passo para trás. O homem que observava silenciosamente Ian descer as escadas um por um, tentando instintivamente se afastar dele, de repente balançou a cabeça. Ele continuou falando com os olhos levantados.

— Por favor, fique e não vá. Vou verificar o que você trouxe.

— Bem, eu coloquei no quarto. Você pode ver verificar. Eu tenho alguém esperando.  Acho que devo ir rápido… … .

— Então vamos verificar.

Bang, bang. O homem desceu as escadas de ferro sem hesitar. Se ele permanecesse em branco assim, era óbvio que seria pego e descobriria que havia pegado alguma coisa. Palavras de entrega, mas para a outra pessoa sair assim… … Não foi diferente de ser pego roubando algo que não foi combinado.

— Eu realmente tenho que ir agora. Você poderia dar uma olhada primeiro e falar comigo mais tarde se houver algum problema? Vou trazer outra coisa se preferir.

Ian, que respirava nervosamente à medida que a distância diminuía gradualmente, virou-se e deu um passo à frente como se tivesse se decidido. Estrondo! Estrondo! Ele começou a fugir do homem, saltando dois degraus de cada vez, sem sentido, já que estava correndo prendendo a respiração até agora.

— Porra. Pegue aquele bastardo!

Assim que o homem terminou de falar sobre onde estava escondido, mais homens desceram do andar de cima. O barulho e a vibração eram tão grandes que dava para perceber sem olhar para cima. Se ele for pego assim, será morto. Os instintos de Ian estavam falando.

— Heoeok, Heoeok.

Em um instante, arrepios percorreram pelo seu corpo. A sensação de crise de que se ele não corresse agora poderia se tornar um cadáver fazendo-o demonstrar uma força sobre-humana. As pernas de Ian, sem sequer sentiu que estava sem fôlego, correram soltas sem permissão.

Bang, bang. Pulando com todas as suas forças e, antes que percebesse, estava no primeiro andar. Era um espaço onde se entrava por uma das várias portas laterais. Agora, se ele simplesmente sair deste lugar, poderá descer o morro e entrar no carro que está esperando-o. Por favor, onde ele tem que ir…

— Por que você não vem aqui?

A voz por trás tornou-se mais vívida. Foi dito que um grupo de homens, liderados pelo homem que encontraram antes, se aproximava. Ian cerrou os dentes e fugiu, incapaz de olhar para trás. Correndo feito um louco em direção ao primeiro incinerador que viu.

— Ah, ah… … .

Se ele virar à direita saindo do incinerador, encontrará uma porta lateral na parede sem saída. Se ele passar pela porta, verá uma escada, e através dela ele poderá sair para o caminho da montanha. Felizmente, havia várias portas próximas, então se ele se afastasse um pouco mais, não seria fácil descobrir para onde iria.

Talvez devido à diferença física, Ian era muito mais rápido que os homens. Quando mal percorria a distância e saiu pela porta lateral por onde entrou, uma forma vaga no sopé da colina chamou sua atenção. Parecia que Ahn Seongho já havia saído do carro e estava esperando. Foi uma sorte.

— Estou aqui! Rápido, rápido! Prepare-se para ir!

Ian gritou com urgência e correu em direção a ele, caso fosse pego antes de partir. Desceu a colina apressadamente com as pernas trêmulas. Uma nuvem de poeira flutuava ao redor do ambiente escuro.

— … … .

Mas algo estava estranho. Tomando as palavras de Ian como um sinal, a silhueta de um homem que deveria sentar no banco do motorista imediatamente ficou ali sem sequer vacilar.

Em vez disso, o homem acendeu um cigarro com um gesto vagaroso, como se ignorasse as palavras urgentes de Ian. Brasas vermelhas brilhantes coloriam os longos dedos do homem com uma luz fraca. Enquanto ele dava uma tragada profunda no cigarro na boca, uma sombra dourada penetrou em seus cílios abaixados.

Nunca viu em nenhum outro lugar seus traços faciais tão vívidos mesmo naquele momento urgente.

O homem à sua frente não era Ahn Seongho.

***

Na parte de trás estavam pessoas de uma fábrica abandonada e na frente um homem não identificado resistia. Ian, estupefato, tremia sem poder fazer nada. Ele apenas exalou um suspiro instável.

O homem inclinou a cabeça para o lado e soltou um suspiro trêmulo. Depois de espalhar no ar uma espessa nuvem de fumaça de seus lábios entreabertos, ele ergueu o queixo e fez contato visual com Ian. Então ele curvou suavemente os lábios.

— O que está acontecendo?

O homem perguntou, erguendo as sobrancelhas como se estivesse assistindo a uma cena muito interessante. Ele, sem entusiasmo, jogou o cigarro entre os dedos, jogou-o no chão e pisou nele sem nem olhar para baixo.

— Me ajude… …, ajuda. Eu tenho que sair daqui agora… … por favor, me leve embora… … .

O motivo era desconhecido. Ian agarrou-se à palavra vagarosa, como se o homem fosse um deus que iria salvá-lo. Não houve tempo para adivinhar quem era esse homem ou porque ele estava por aqui.

Mesmo enquanto isso acontecia, as pessoas gritavam por trás. Ele não sabia quando os homens correram na direção de onde ele veio. Ele tinha que sair daqui rapidamente, o mais rápido possível.

— Hum, bebê… … .

O homem sorriu estranhamente ao olhar para Ian, que pedia ajuda desesperadamente.

— Se eu te ajudar. O que você vai me dar em troca?

— … … oi?

— É a primeira vez que a gente se vê… …  se você vai pedir um favor imediatamente, deve haver algo acontecendo, não é?

Era uma voz lânguida e relaxada. Aquela voz, que combinava muito bem com seu rosto, era um tanto sugestiva.

— Bem, hein… … .

O que ele poderia fazer por essa pessoa? … . Ele é alguém que pode oferecer compensação a alguém? Ian, que estava sem palavras, bateu os pés e franziu a testa. O campo prendeu a respiração porque não estava claro se o homem se moveria se lhe dissesse o que iria fazer por ele.

— Hum… … . Acho que o bebê não está com pressa, não é?

O homem parecia observar calmamente a reação de Ian. Uma expressão preguiçosa permaneceu em seu rosto, envolta em fumaça cinza.

— Não, não! É urgente!

Ian, ansioso para que o homem o deixasse assim, balançou a cabeça rapidamente. A situação que atingiu-o como uma tempestade foi avassaladora e sua cabeça estava girando. Respirando rápido, se aproximando dele e gritou sinceramente.

— Eu farei qualquer coisa, qualquer coisa!

— Qualquer coisa?

Os olhos do homem se arregalaram profundamente, como se estivesse se divertindo.

— Sim, então… … por favor, me leve com você. Rápido!

— Uhm… … bebê. Tem certeza que não tem nada de errado em dizer isso?

Quando Ian balançou a cabeça, ele baixou ligeiramente a cabeça. No momento em que sentiu o cheiro frio da pele misturado com o cheiro de cigarro, sua visão embaçada escureceu.

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LILITH TRADUÇÕES (SOMENTE NA YANP, COVEN, NOCTURNE, MR.YAOI, BL NOVEL’S E WATTPAD)