Os Piratas: O Prisioneiro do Rei - Capítulo 17 - Ataque Surpresa

— Um ataque? Quem diabos?

— Não sei. Eu não tenho tempo para isso. Pressa.

Quando sairam para o corredor, a pedido de Mary, o navio estava tão silencioso que a comoção anterior foi insignificante. Claire olhou para o chão e franziu a testa. Manchas de sangue pontilhadas levavam para o de Elfian.

— Se há tanto sangramento, já está…” … .

Ele parou. Não foi como se ele tivesse sido atacado em um navio, e se ele estivesse sangrando assim o tempo todo, não teria como sobreviver.

— Não creio que seja tudo sangue do capitão.

— O que?

— De qualquer forma, vamos rápido, Claire.

Mary puxou seu braço novamente. Giltre, que a seguiu, empurrou-a para trás, e Claire foi arrastado para o quarto de Elfian sem sequer ter a chance de se orientar.

— Eu trouxe o médico.

Três ou quatro homens parados ao redor da cama se viraram ao mesmo tempo. Dois deles eram rostos desconhecidos, mas um deles era um rosto que Claire também conhecia.

Miguel olhou para ele com os olhos vermelhos brilhantes de tanto chorar, encontrou Claire e gritou.

— Absurdo! Como você pode confiar o capitão a esse cara? Eu não posso aceitar isso.

Miguel, que estava muito agitado, não só falou, mas também se aproximou e empurrou o corpo como se pedisse que saíssem. Claire, que estava atordoado, também ficou chateado com a ação.

— Miguel, dê um passo para trás. O que você vai fazer quando não é nem médico? Você está planejando matar o capitão?

— Seria melhor ir rapidamente para a terra e sequestrar outro médico do que deixar isso para um charlatão como esse!

— Seu idiota! Como você acha que pode confiar no cara que acabou de sequestrar você? Pare de falar bobagem e saia do caminho!

Mary estava com raiva em nome de Claire. Giltre interveio entre os dois que discutiam.

— Não temos tempo para brigas. Mais do que isso, Miguel, você viu o agressor?

— Eu não vi isso. Tenho observado este lugar da torre de vigia!

Quando Giltre voltou seu olhar interrogativo para os outros homens, um dos que estavam atrás dele respondeu.

— Nós também não vimos. Eu estava bebendo no corredor da pousada ‘Three Cogs’ mais cedo, quando o capitão entrou de repente, coberto de sangue.

— Capitão estava sozinho? Há alguma coisa que o capitão deixou para trás?

— Ele estava sozinho. Apenas ‘se apresse e envie…’ … isso foi tudo que ele falou antes de perder a consciência. Ele parecia estar em estado muito crítico, então voltamos ao navio sem qualquer hesitação.

Giltre, que ouviu a história dos homens, empurrou levemente o corpo de Miguel com uma expressão séria e disse:

— Não sabemos quem o atacou, mas é muito perigoso deixar isso para os médicos daqui. Além disso, não há garantia de que o capitão ficará vivo então. Por enquanto, não temos escolha a não ser confiar em Claire.

— Mas?!

— Deixe por isso mesmo. Você está planejando matar o capitão? Os médicos de Oxford não matam pessoas. Onde diabos, neste cantinho do porto, existe um médico desse nível? Em vez disso, é uma situação em que você tem que se apegar a ele para salvar sua vida.

Miguel mordeu o lábio e recuou. Assim que a atmosfera se acalmou, dois homens robustos parados perto da cama falaram com Giltre.

— Não há garantia de que este porto estará seguro para sempre, por isso acho que seria melhor zarpar imediatamente.

— O capitão está nesse estado, então deixe o vice-capitão decidir.

Giltre pensou por um momento e depois assentiu.

— Roberto. Vá para o porto agora mesmo e pegue todos os outros. Ainda pode haver invasores atacando nossa frota, então todos peguem suas armas. Assim que o embarque for concluído, partiremos imediatamente. Gregório. Cubra todos os artilheiros no convés. E recarregue os canhões.

Ao comando claro, os dois imediatamente saíram correndo do quarto. Os olhos profundos de Giltre se voltaram para Claire.

— Claire, eu confio em você.

Havia uma luz complexa nos olhos cinzentos que não poderia ser contida em poucas palavras. Ele deixou apenas essas palavras, deu um tapinha no ombro de Claire e saiu do quarto.

Claire olhou para Elfian, que estava deitado com a testa franzida. Todo o seu corpo, incluindo o cabelo preto, a pele branca e até a bainha das roupas, estava manchado de vermelho, como se ele tivesse nascido em uma poça de sangue.

Mary agarrou-se a Claire, que estava ali parada, inexpressiva.

— Claire? Por favor, salve o capitão, por favor.

Mary, que sempre foi corajosa, tinha lágrimas nos olhos. Claire lentamente removeu a mão que segurava a manga e falou baixinho.

— Eu farei o que puder.

Mary parecia ainda mais prestes a chorar com a resposta ambígua. Claire a soltou e caminhou lentamente em direção à cama. Miguel olhou ferozmente para Claire quando se aproximou dele.

Independentemente disso, Claire olhou para o rosto de Elfian tão sem vida quanto uma máscara de cera e murmurou.

— Você deve ter feito algo ruim de novo e acabou assim.

Assim que as palavras saíram da boca de Mary, um grito curto explodiu. Isso porque Miguel apontou a arma para a cabeça de Claire.

— Nem sonhe em fazer algo suspeito. Estarei observando de lado. Se você deixar o capitão morrer, eu não o deixarei viver.

O cano decorado com prata estava localizado a 10 centímetros próximo à sua cabeça, mas não havia nem uma pequena ondulação nos olhos de Claire.

— Apenas atire.

Os músculos faciais de Miguel se contraíram com as palavras calmas de Claire. Mary gritou um pouco mais alto, sem saber o que fazer, mas Claire continuou sem perceber.

— Você parece não saber de nada, mas eu sou o melhor médico. Eu vou tratá-lo do mesmo jeito que ele me trata. Se você não vai ajudar, aperte o gatilho agora.

O rosto envergonhado de Miguel refletiu-se nos olhos azuis de Claire. Ele parecia estar tremendo as mãos, mas acabou mordendo o lábio e abaixou a arma.

— Saia e pegue um pouco de água limpa.

Ao comando de Claire, Miguel praguejou um pouco, mas obedientemente saiu. Claire então olhou para Mary e disse.

— Mary, vá para o meu quarto e pegue uma bolsa de couro preta para mim.

Em vez de correr imediatamente, ela hesitou. Mary também está preocupada em deixar Claire e Elfian sozinhos.

— Eu confio em você, Claire.

Em conflito, ela falou com uma voz desesperada e saiu do quarto.

— … … isso não é prova de desconfiança?

Claire murmurou baixinho e tirou uma adaga dos braços. A sombra de Claire segurando-o apareceu no rosto de Elfian.

Os olhos normalmente frios ficam escondidos atrás de pálpebras fechadas com cílios longos. O rosto lindo e aparentemente sereno de Elfian estava desprovido de sangue. Sem sorriso cínico nem vida, o cara parecia uma pessoa diferente.

Claire não conseguia se mover rapidamente. Ele ainda estava perdido, incapaz de decidir o que fazer com Elfian.

‘O que aconteceria se eu simplesmente o deixasse morrer? Serei arrastado, dilacerado membro por membro e pendurado no mastro?’

Seria mentira se ele dissesse que não tinha medo de morrer, mas na verdade não tem nenhum arrependimento da vida.

Seios firmes visíveis através da bainha aberta da roupa. O coração dele está bem na sua frente. Com um pouco de esforço, ele pode mandá-lo para o inferno. A vida e a morte de Elfian dependiam das mãos de Claire.

Claire pegou a bainha que Elfian lhe deu e puxou a adaga. O som estrondoso foi muito pequeno, mas soou como um trovão aos ouvidos de Claire. Seu coração bateu mais rápido com a tentação diante dele.

— Ah… … .

Claire, que ficou congelado em conflito por um momento, suspirou. Então, depois de engolir a saliva, ele murmurou baixinho.

— Esta não é a vingança que eu queria.

A adaga de Claire estava apontada para o corpo de Elfian. Em vez de cortar e cavar a carne branca, cortou a bainha das roupas que estava fortemente encharcada de sangue. Claire continuou murmurando como se quisesse se convencer.

— Você acha que vou simplesmente deitar você na cama e deixar você morrer confortavelmente enquanto desmaia?

Esse bandido precisa acordar, se arrepender profundamente do que fez e então morrer. Não queria resolver sua própria vingança em cima de uma vingança que nem sabia quem tinha feito.

A parte superior do corpo, que ficou completamente exposta ao arrancar a bainha das roupas, apresentava muitos pequenos hematomas e cortes. O mais grave deles parecia ser um ferimento à bala no lado direito.

Deve ter sido baleado de muito perto e havia marcas de queimadura em volta das roupas. Felizmente, a bala permaneceu intacta, então não parecia haver tanto sangramento quanto o esperado. O sangue que escorria por todo o seu corpo não parecia ser dele. Aqueles que o atacaram sabiam o que havia acontecido.

Quando terminou de tirar a roupa, a porta se abriu e ‘Boom!’ Um som pesado foi ouvido. Miguel trouxe uma garrafa de água.

Depois de limpar a área ao redor do ferimento com um pano limpo para melhorar a visibilidade, Claire desembainhou a adaga novamente. Ao enfiá-lo na lateral de Elfian, um grito ecoou na sala.

— Claire!

— Eu preciso tirar a bala. Fique quieta e não faça barulho.

Claire falou claramente com Mary, que levantou a voz perguntando quando voltaria.

A bala penetrou apenas na pele e não havia sinal de que penetrasse nos órgãos internos. Embora o pulso estivesse um pouco fraco, o sangramento não foi tão intenso quanto o esperado devido à boa pressão na ferida. Porém, devido ao atraso, ainda não era uma fase em que a vida pudesse ser garantida.

Enquanto Claire tirava a bala de seu corpo e a colocava no chão, Mary ficou atrás dele com a boca fechada. No momento em que ele limpou a faca ensanguentada com uma toalha molhada, Claire de repente sentiu uma energia quente e se assustou.

— O que você está fazendo?

Logo atrás dele, Miguel segurava um ferro em brasa. Ele olhou para Claire com uma expressão como se não soubesse.

— Você vai marcar o corpo do seu capitão? Tire isso de mim agora mesmo!

Ele, que tinha uma expressão orgulhosa e arrogante no rosto, franziu a testa com as palavras de Claire. Claire resmungou ferozmente enquanto tirava o kit de primeiros socorros da bolsa que Mary havia trazido.

— Abrir ferimentos de bala com um ferro de soldar é algo que só bárbaros como você fazem.

Miguel, que tremia e recuava, talvez pelas emoções que se acumularam nesse período, queixou-se. Claire desinfetou a ferida, aplicou remédio e suturou as feridas de Elfian, uma por uma, com fio de algodão.

De qualquer forma, pela primeira vez em muito tempo, fazer algo de que se orgulhava o fez sentir vivo. Para não estragar tudo, Claire terminou o tratamento sem olhar conscientemente para o rosto de Elfian.

— É o suficiente agora.

Enquanto Claire se levantava e falava, Mary se aproximou dele segurando uma toalha molhada.

— O capitão está vivo?

— Se ele morrer, é porque sua força vital acabou. Porque meu tratamento foi perfeito.

— Quando você vai acordar?

— Não sei.

Claire disse friamente e olhou para Elfian novamente. O corpo de Elfian, envolto em um pano branco limpo, estava agora arrumado e limpo, sem todas as manchas de sangue.

Embora falasse vagamente com Mary, Claire tinha uma estranha certeza de que ele não morreria.

‘Não sei se vou me arrepender de salvar sua vida ou não.’

Claire, que estava resmungando amargamente para si mesmo, de repente percebeu o barulho lá fora. Não percebeu porque estava concentrado, mas antes que percebesse, estava muito barulhento. Os sons de gritos, movimentação de bagagens e palavrões passaram, e logo o som da corrente levantando a âncora fazia ruidosamente o navio roncar.

No final, sem sequer conseguiram ancorar uma vez, tiveram que voltar ao mar. Depois de suspirar e olhar para o rosto de Elfian, que tinha uma expressão de paz que não combinava em nada com ele, Claire saiu lentamente do quarto.

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LILITH TRADUÇÕES: YANP, COVEN, NOCTURNE, MR.YAOI, BL NOVEL’S E WATTPAD