Meio Goblin - Capítulo 01.1
Se você seguir uma estrada estreita e árdua chegará em uma aldeia pacata. A caminhada estóica era incomparavelmente cautelosa, e o dono daquela presença hesitava com uma expressão bizarra. Ele soltou um suspiro seco. O homem de repente ficou nervoso, soltou mais um suspiro, agarrou a coisa que estava segurando em seus braços e seguiu em frente.
— É um mendigo!
— Monstro de cabelo colorido!
As vozes que gritavam “Cuidado, nós vamos pegar você” soavam jovens. Ele pensou consigo mesmo, como se as crianças que moram na aldeia estivessem esperando que ele viesse.
Os olhares dos aldeões pareciam frios em algum lugar, ou eles se viraram e olharam com simpatia? Recebendo atenção, ele se agachou e deu um passo rápido.
Para vencer o mau tempo, teve de vender as ervas que mal conseguia coletar.
— Uau!! Vamos derrotá-lo!!
O som de um trovão assustou o corpo esguio e o fez correr. Seu cabelo manchado cobria seu rosto e seus pés em sapatos gastos cambaleavam.
Pequenas pedras voaram atrás de suas costas enquanto ele se movia apressadamente. As crianças eram espertas, mas não ousavam segurar a pedra grande, ou sabiam que o que estavam fazendo era ruim.
Antes que tivesse tempo de expressar sua dor, o homem se esgueirou para o beco. Um hálito quente encheu o beco estreito e colorido. Ele encolheu o seu corpo na parte mais profunda do beco escuro. Os sapatos esfarrapados tinham buracos e dedos saindo.
Ele respirou fundo enquanto abraçava ainda mais a coisa em seus braços: — Onde ele foi? — Ele ouviu o som de busca. Logo, os adultos que observavam o que as crianças estavam fazendo se dispersaram com um ahhhhhhhhhhhhhhhhh que tinha que voltar para casa!
Sua boca se contorceu ao som da risada. ah… O som incompreensível se espalhou no ar.
O espaço estreito ficou silencioso. As vozes barulhentas das crianças desapareceram e apenas o som das pessoas se espalhando permaneceu no ar. Relaxando, ele enxugou o suor da testa com a manga rasgada. À primeira vista, a cor dos olhos no rosto era bizarra. Um era dourado avermelhado, como um pôr do sol, e o outro era de uma estranha cor púrpura profunda que nem era esparsamente preta. Cabelos expostos amarelos através de cabelos pretos pareciam diferentes das pessoas comuns.
Ele endireitou seu corpo agachado e se moveu como sempre.
‘O monstro daltônico¹’, as crianças da aldeia chamavam de ‘ele’, que estava agindo sujo com uma aparência estranha. Mesmo entre os adultos, nada de bom saía, mas ninguém disse nada abertamente sobre isso. Sabendo que os rumores se espalharam, ele se sente desconfortável com isso. Aqueles que conheciam a história de quem ele era e por que ele estava andando assim ficaram em silêncio.
— Ah, uh-, ah.
O homem gesticulava para frente e para trás, tentando negociar o preço do que carregava.
Apenas sua boca sem palavras resmungou ansiosamente. Ele abriu os dedos aqui e ali e curvou a cabeça acostumada a isso, o farmacêutico da drogaria semicerrou os olhos como se estivesse um pouco aborrecido, depois olhou para ele como se estivesse olhando para uma pessoa lamentável e jogou duas moedas de prata e cinco moedas tilintando nele. Os olhos escondidos sob cabelo desgrenhado arregalaram, então se inclinaram suas cabeças em gratidão. Pegou o dinheiro e saiu rapidamente da farmácia.
Com o dinheiro, ele comprou comida para alguns dias, saindo da aldeia e entrando novamente na estrada próxima. Animado com a comida em seus braços, rapidamente seguiu em frente. A casa de telhado de palha, que estava toda em ruínas, tinha uma atmosfera sombria à primeira vista. Em um canto, pedras grandes e pedras pequenas foram empilhadas uma após a outra.
Ele entrou em casa sem hesitar. Até a porta era um problema. Ele entrou com um ho-ho na risada fria.
— … Você chegou aos oitenta anos?
Uma voz como raspagem de metal foi ouvida. Desempacotando o embrulho que trouxe, aproximou-se da velha que estava sentada imóvel em uma velha cama. O Yeohyeon sorriu brilhantemente. Mãos tão secas quanto galhos roçaram seu cabelo e enxugaram suas bochechas manchadas de poeira. Algo frio tocou e depois caiu.
Ele sorriu brilhantemente como se gostasse até mesmo de seu toque, e ele era tão gentil quanto uma criança de sua idade. Na aldeia, olhos cheios de tensão olhavam para o velho com ternura.
Mesmo que seus olhos fossem de cores diferentes, seu olhar era cada vez mais gentil do que o das crianças malvadas da aldeia. Ao som da tosse do velho, o homem de 80 anos se levantou de um salto. Um gesto desajeitado de mão me tocou carinhosamente. Uma respiração rápida saiu.
O que essa criança fará sem mim?
Olhos escuros encararam Yeohyeon. Foi distorcido pela sua ganância. O onigiri² que ele mostrou para comer sem hesitar foi engraçado, com aquele corpo moribundo e desmoronando. Como se quisesse dizer algo, havia um personagem estranho que não seria visível a menos que olhasse de perto.. quietude. Ou era uma carta que significava silêncio. O velho olhou para ele novamente. Até o cabelo que cobria seu rosto caiu com um único toque.
Yeohyeon( de traço incomum). O nome da própria sombra, cujo sobrenome nada mais é. Havia marcas semelhantes a cicatrizes na testa e nas bordas do cabelo que ficavam levemente expostas ao se mover. Vestígios de chifres inexistentes.
Seus olhos díspares e aparência estranhamente atraente o faziam se sentir possuído em algum lugar.
Uma trilha borrada de chifres. Ele não é humano nem goblin. Entre um humano e um goblin, ele era meio goblin.
Só porque ele era um meio-goblin, ela usou um xamã para selar sua voz e prender suas memórias. No dia da lua cheia, ela até suprimiu suas forças para amarrá-lo. A cor que se revela pela falta de custo não pode ficar escondida para sempre.
‘Você nunca saberá pelo resto de sua vida. Depois que você morrer, ninguém saberá. E vivendo assim, essa criança também morrerá.’
Um som áspero saiu.
— Você não deve contar a ninguém quem você é, ok?
A mulher de 80 anos, faminta, estava ocupada comendo bolinhos de arroz às pressas. Lógico que ele não entendeu o que a velha quis dizer. Ela fez assim e criou assim.
Mesmo se ela explicasse que ninguém poderia descobrir que é um goblin, eles não saberão o que é um goblin só de fato olhar para sua aparência.
A velha acreditou e acreditou assim.
💟💟💟
Tatak, as brasas voaram da vela. O dono da sala, o chefe da aldeia, encolheu-se novamente com a energia do homem de preto que estava sentado na sala de estar e um homem de pé atrás dele. O homem falou com uma risada severa como se estivesse suspirando.
— Aquele ‘goblin’ está aqui?
— Sim, sim, poucas pessoas sabem, e apenas algumas pessoas como eu sabem que a criança é um goblin, então sim.
O homem franziu a testa enquanto olhava para o chefe da aldeia enquanto falava enquanto suava profusamente. Houve uma ordem para encontrar substitutos para os talentos a serem enviados para ‘Jewon’. Segundo rumores, eles estavam procurando um goblin com estranhos poderes mágicos. Eles não podiam saber exatamente o que era, mas se fosse um goblin que estivessem salvando, poderiam reduzir pela metade o que o grande imperador pediu.
— Se for falso, sua cabeça não perecerá em seu pescoço.
— Ah, como assim? Só, se você fizer o que eu disse bem, hahaha….
Onde quer que ele vá, há apenas tantas coisas gananciosas…. Assim que o homem de lábio preto e o chefe da aldeia terminaram de falar, uma comoção veio do lado de fora. O chefe da aldeia levantou-se surpreso e abriu a janela para ver um homem com uma aparência desgrenhada na luz escura.
E uma das placas que guardavam a área o atingiu brevemente na nuca e pegou seu corpo quando ele caiu.
— Estou salvo.
— O que?
— Aquele que caiu ali é o goblin que mencionei.
Assim que o chefe da aldeia terminou de falar, o homem de preto acenou brevemente como se fosse trazê-lo para dentro.
Dokkaebi³, cuja existência não é bem conhecida, era um ser que passava de boca em boca. Podia ser apenas uma pessoa normal, podia ser um monstro insano, ou dizia-se que tinha um visual que fascinava as pessoas. Se fosse semelhante aos rumores, havia casos frequentes em acusadas de que pessoas eram goblins, sequestradas, pagas como suborno ou mortas por goblins caçadores.
E em casos como esses, era para sequestrar o goblin e sacrificá-lo por seu país.
Yeohyeon, que havia perdido a consciência e abriu os olhos, olhou para as pessoas que estavam à sua frente com uma expressão estúpida, incapaz de entender por que ele estava aqui ou por que estava deitado assim. Antes do acontecimento, sua mãe cuspia sangue vermelho escuro em sua frente e então ele saiu correndo surpreso, mas o único lugar onde poderia conseguir ajuda era a casa do chefe da aldeia, então assim que ele chegasse lá. Ele viu o chefe da aldeia e pessoas estranhas de preto apontando e conversando com ele, e logo depois sentiu um grande choque por trás, depois disso ele não lembrava de mais nada.
Quando abriu os olhos, os trapos haviam sumido e um paletó e calça branca cobriam seu corpo. Agarrando a parte de trás latejante de sua cabeça, ele gemeu e lembrou a razão pela qual ele veio aqui. Nesse meio-tempo, o chefe da aldeia com um rosto familiar ficou lá com um rosto desesperado.
— Viu, falei que estava falando a verdade.
— Como dizem os rumores….
O homem de lábio preto virou a cabeça de um lado para o outro na ponta da linha de bambu e olhou em volta. Surpreso com a visão iluminada, quando estava prestes a mover o seu corpo, Yeohyeon surpreendeu por suas mãos estarem amarradas.
— ah! ah! — ele gritou. As moedas de ouro tilintando caíram nas mãos do chefe da aldeia.
Era uma moeda que ele nunca tinha visto antes. Se fosse muito, eram moedas de prata, e se fosse pouco, eram moedas de bronze. Olhando para o círculo dourado, a expressão de Yeohyeon ficou turva.
— Olha, eu sempre o ajudei. Sempre viveu tranquilamente, hein? Dei até arroz quentinho, e um cobertor para você dormir tranquilamente!
Yeohyeon balançou a cabeça sem ouvir as palavras do chefe da aldeia. Ele acenou com as mãos amarradas, pedindo que fossem libertados. Ele não conseguia dizer nada e apenas gemia, e o homem de lábio preto gesticulou brevemente. Então o homem parado ao lado dele cobriu a boca e reprimiu o sangue. Logo, ele se envolveu em torno de seu corpo flácido e saiu pela porta.
O chefe da aldeia olhou para o homem de preto com um olhar perplexo com o que aconteceu em um instante. Pode ser assim? A ansiedade aumentou por um momento, mas a pilha de dinheiro em sua mão o fez sentir melhor.
— Ele não é capaz de falar?
— Não sei se é assim desde que nasceu, mas… .
— O imperador não vai gostar se isso for falso.
— É possível de ser falso?
— Isso deixará especulação. Não sei por que estão procurando goblins, mas se isso for real, não haverá tantas princesa.
Sacrificar uma vaca pelo bem da geração, mas isso na condição de ser um goblin de verdade, por favor, seja real. A expressão do homem negro escureceu.
Ele assentiu e saiu da sala, seguido pelo chefe da aldeia. Uma carruagem preta parou na noite escura. Seus olhos se encontraram quando eles assentiram levemente.
O homem de cabelos pretos subiu na carruagem sem dizer uma palavra e fechou a porta com força.
Com um som estridente, a carruagem atravessou a estrada estreita e rapidamente desapareceu na escuridão. Uma presença negra se aproximou do chefe da aldeia, que soltou um longo suspiro.
O som de sendo perfurado foi ouvido. O chefe da aldeia arregalou os olhos quando a espada perfurou seu corpo e virou sua cabeça. Um homem com uma máscara cobrindo o rosto estava parado ali.
— Huh, uh, por que… ?
Uma expressão de “por que” apareceu no rosto do chefe da aldeia. Sangue escorria do canto de sua boca. Não conseguindo controlar o seu corpo ele tropeçou.
— Huckhuck.. — exalou e revirou os olhos, e o corpo do chefe da aldeia desabou. Outro mascarado estava atrás dele enquanto limpava o sangue na espada.
— Algum outro sinal?
— Lá dentro… Não havia ninguém.
— A informação que você recebeu não dizia que ele estava morando com sua velha mãe?
Com as palavras do homem com a máscara, outro homem balançou a cabeça. Ele estalou a língua brevemente como se estivesse irritado, limpou o sangue de um pano preto e gesticulou levemente. É bom ter menos trabalho para fazer, mas a estranheza não desapareceu. Logo, a escuridão foi gradualmente desaparecendo na atmosfera sombria. O homem mascarado que vigiava o chefe da aldeia caído também desapareceu na escuridão silenciosa.
E o amanhecer nebuloso estava amanhecendo.
Notas:
<Goblins são criaturas geralmente verdes que se assemelham a duendes. São seres mitológicos que fazem parte do folclore nórdico, nas lendas eles vivem fazendo brincadeiras de mau gosto. São semelhantes aos trasgos e tardos do folclore português.>
1- Daltônico :É o indivíduo que não consegue distinguir algumas cores, confunde principalmente o verde e o vermelho. A palavra vem do nome do físico inglês John Dalton (1766-1844) que sofria deste problema e o estudou.
2- Onigiri: é também conhecido como nigiri, omusubi ou bola de arroz é um bolinho de arroz japonês geralmente em forma de triângulo, ou de forma ovalada envolto por uma folha de nori.
3- Dokkaebi(도깨비) ou Goblin: tipo de espírito, diferente dos fantasmas normais. Surgem a partir de objetos sem vida que ficam muito tempo sem ser usados. Apesar de alguns acreditarem que os Dokkaebis são maus, por causa de sua aparência grotesca e assustadora, eles são seres pacíficos e amigáveis que respeitam os humanos.