Dead Man Switch - Capítulo 02- O Pior Natal (2)
Dirigi-me ao escritório administrativo na outra ponta do saguão do primeiro andar. O escritório, vislumbrado por uma janelinha esburacada, estava vazio.
— Mestre, você está aí? alguém aí? Com licença! Alguém, por favor.
Bati na porta e gritei. Meu grito ecoou pelo corredor estranhamente silencioso formando um eco. Nenhuma resposta veio. Eu virei a maçaneta. A porta não estava trancada.
Entrei no escritório e olhei em volta. Vários papéis estavam empilhados nas estantes. No calendário do quadro branco pendurado na parede, cronograma de turno do segurança e o cronograma de limpeza do prédio foram escritos em detalhes, tudo estava como era sempre. Era tão pacífico e silencioso que era difícil imaginar que algo terrível estava acontecendo lá fora.
Depois de passar pela janela com a escrivaninha e a cadeira, havia outra porta. Era um quarto. Era usado pelo diretor quando ele estava de plantão noturno. Abri a porta sem querer e me assustei. Um grande ‘X’ foi marcado na porta dos quartos de dormir. O ‘X’ desenhado grosseiramente com uma caneta de óleo vermelha era ameaçador.
E isso não era tudo. A fita azul estava presa na maçaneta e na fenda da porta. Em frente à porta, um grande armário de ferro foi colocado horizontalmente e bloqueado.
BAM! Uma pequena vibração foi sentida na porta. Eu dei um passo para trás. Conforme minha visão se aprofunda, vi uma pequena escrita vermelha no canto da porta. Foi escrito com pressa, mas a caligrafia era terrível, mas não houve problema em lê-lo.
“Se você quer viver, fique em silêncio. Não os acorde.”
Eu estava sem fôlego. Olhei fixamente para a porta na minha frente, congelada no lugar. A parte ‘silenciosa’ foi sublinhada repetidamente.
Grrrrr…..grrrrr
Mais uma vez, um rugido foi ouvido de dentro e no momento seguinte.
Bang, bang, bang!
Uma série de sons altos irrompeu. Foi tão alto que machucou meus ouvidos. Um calafrio percorreu pelas minhas costas. Em algum momento, minhas mãos tremiam.
Percebi que cometi um grande erro. Como correndo pelos corredores, batendo nas portas, levantando a voz para chamar alguém. Não deveria ter feito isso.
A porta vedada balançou violentamente. O canto da fita foi se rasgando aos poucos, incapaz de vencer a força de ser empurrado por dentro. Grrrr, Grrrr. Um som sinistro foi ouvido. O armário que bloqueava a porta foi empurrado aos poucos.
Cerrei os dentes e saí correndo. Sem saber para onde ir, subi as escadas. Foi baseado no julgamento de que seria mais seguro dentro do dormitório do que fora, onde não há lugar para se esconder, onde você não sabe o que pode estar à espreita.
Slam! blam! Houve um barulho alto nas minhas costas. Era o som de uma porta aberta batendo na parede. Não diminuí a velocidade nem olhei para trás. Eu não era do tipo que assistia a filmes de terror ou suspense, mas sabia que morreria se parasse vagarosamente e olhasse para trás na situação atual.
Subi as escadas imprudentemente. Eu nem sabia se era o 3° ou 4º andar. Um ruído arrastado veio de baixo. Olhei para baixo sobre o corrimão. Uma figura negra teve um vislumbre. Foi muito rápido para algo com mobilidade limitada.
Apertei até que a força que estava sugando aumentei minha velocidade. Movi as minhas pernas com força, que estavam prestes a desmoronar. Afinal, era o último andar. Não havia mais escadas para subir e dirigi para um corredor. Não havia um único rato no corredor. Estava tão quieto que a minha respiração podia ser ouvida. Numerosos visitantes idênticos alinhados em ambos os lados.
— Grraurrr! brrrum!….
Um som estranho veio da escada. Parece que me seguiu até aqui. Ele era muito persistente sobre o assunto de não ser capaz de se mover rapidamente e carecer de inteligência.
O que devo fazer se algo sair pela frente? Corri pelo corredor. Mas, em vez de me preocupar com os obstáculos que podem ou não estar à frente, primeiro queria evitar a ameaça imediata que vinha nas costas. Resumindo, não havia opções.
O corredor à minha frente estava limpo. Mas havia esquisitices aqui e ali. Eu vi vários quartos com portas abertas. Em alguns lugares, havia pegadas desordem nas paredes pintadas de branco. Eram coisas que não me chamaram a atenção até alguns minutos atrás, quando eu estava indo para a loja de conveniência sem a menor sensação de perigo.
O perseguidor atrás de mim era persistente. Como eu estava correndo o tempo todo, fiquei cansado, desde de quando uma pessoa viva não ia ficar cansado? O som de cordas vocais arrancadas e membros balançando se aproximava cada vez mais. Eu tive que olhar para trás, embora soubesse que não deveria ser o caso.
Era um rosto conhecido. Exceto pelo fato de que metade da cabeça estava distorcida, como se tivesse sido atingida com força por algo duro e a articulação da mandíbula estava estranhamente torcida, deixando a língua pendurada para fora da boca.
— Ah,…… Diretor. — Ele não respondeu.
Minha tremia terrivelmente. Um fedor que só poderia vir de carne podre emanava dele. Fadiga e medo se acumulavam, e meu corpo continuava desmoronando. Mesmo sabendo que se eu chegasse aqui, estaria na mesma situação que eles.
— Ah, ah, ah…
Minha respiração pesada chegava até a ponta do meu queixo. Seu rosto estava vermelho e escuro. Eu tropecei em um canto quadrado. Eu vi uma mala grande no meio do corredor. Produtos de higiene pessoal, cosméticos básicos e roupas presumivelmente contidas dentro se projetavam e faziam uma bagunça em todas as direções. E alguém estava sentado nele.
Ele era um homem alto. Ele estava sentado de costas para mim, então não pude ver seu rosto. Com uma mão enfiada no bolso do casaco preto, ele esticou as longas pernas e bateu os dedos dos pés tediosamente no chão.
Era alguém vivo.
— ……..
Esquecendo ser perseguido, hesitei por um momento. O homem que percebeu a minha presença se virou. Uma máscara preta cobrindo metade de seu rosto com cabelos pretos. Pude ver vários piercings.
O homem olhou para mim e silenciosamente se levantou. Foi então que eu vi o que estava em sua mão. Era um grande machado de incêndio com uma lâmina vermelha. Um corredor de dormitório bagunçado, um homem sentado pacificamente no meio e um machado de combate a incêndios de aparência feroz. Era uma visão irreal.
Ele pegou o machado e o brandiu com toda a força. Eu estava surpreso. Meu corpo congelou. Eu não pude fazer nada, mesmo enquanto observava o machado cortar o ar bem ao meu lado. Algo quente e pegajoso espirrou aos meus pés. Depois de um tempo percebi que era sangue podre.
Eu olhei fixamente para o chão. O diretor, não, o machado foi cravado fundo na sua clavícula. O homem o chutou na lateral e puxou a lâmina do machado ensanguentada. O professor, cujo pescoço e ombros estavam meio separados, se contorceu.
O homem inclinou ligeiramente a cabeça. Então, com as costas da mão, limpou calmamente algumas gotas de sangue da nuca, que não estava coberta por suas roupas e máscaras. Uma longa marca no pescoço foi vislumbrada na parte interna da gola. Era uma cicatriz?
— Ah… ainda não morreu.
Foi a primeira coisa que ele disse. Ele olhou para baixo, franziu ligeiramente a testa e ergueu o machado novamente. CLAK! Eu peguei um vislumbre da cabeça decepada no canto da minha visão. Fechei os olhos com força. Não importa quão bizarros eles tornassem, eles eram originalmente humanos. Mesmo que não tivéssemos nos visto, conversamos cara a cara. O meu estômago se revirou.
— Olá, hoobae. Você está aqui?
Um homem falou comigo. Era um tom estranhamente amigável. Eu abri meus olhos. Quando nossos olhos se encontraram, ele puxou a máscara preta para baixo da boca e sorriu levemente. Cabelo preto, olhos pretos e piercings nas orelhas. Era uma impressão que não poderia ser chamada de branda, mesmo como uma piada.
— Oi?
Eu não sei quem é essa pessoa. Eu nunca tive um sunbae assim. Por mais que eu revirava a minha mente, nada me vinha.
— Você conseguiu viver.
O homem perguntou com um rosto calmo.
— Por que você ainda está vivo?
Algo estranho. Afastei-me um pouco. O homem disse: — Hein? — perguntou e me seguiu para fechar a lacuna. A ponta do machado de incêndio que ele segurava arrastou no chão.
— O que você está falando? Quem é Você?
— Porra. Hoobae. Por que de repente você está fingindo não saber? Agora você quer fingir que não conhece? Ah, esqueceu meu nome? Sério?
O homem sorriu levemente. Era um sorriso que não combinava com sua aparência perturbadora e perigosa.
— Eu sou e serei para sempre. Ki Youngwon.
— Sinto muito, mas realmente não sei quem você é. Você não está olhando para a pessoa errada?
Peguei o que saía da minha boca e lentamente distanciei meus passos para trás. Eu sabia instintivamente. O homem na minha frente não era normal. Uma pessoa normal não colocaria calmamente uma lâmina de machado no pescoço de outra pessoa e perguntaria à primeira pessoa que a visse, fingindo ser ignorante e perguntando: “Por que você ainda está vivo?” Nem faz sentido fazer a mesma pergunta.
— Mas agora você sabe. Por que você continua fugindo?
Ele perguntou baixinho. O machado em ensanguentada mão acrescentou ainda mais estranheza. Havia muitas coisas que eu queria dizer. No entanto, havia mentalidade suficiente para não dizer isso em voz alta.
— …..
Eu mantive minha boca fechada e olhei em volta, então me virei e corri para ganhar tempo. Aquele homem era tão perigoso quanto aquele monstro de mais cedo.
O homem imediatamente me seguiu. Um som estranho seguiu atrás de mim. A lâmina do machado que ele segurava atingiu a parede e atingiu o chão aleatoriamente. Ao contrário dos monstros que se arrastavam e andavam porque não conseguiam controlar seus membros adequadamente, eles eram muito ágeis.
— Por que você está fugindo? Você me odeia tanto? Ou você está com medo? Você acha que eu vou te matar?
— Pare, diabos, pare de me seguir…
— Não. Por que eu não vou te matar. Não tenho motivo. Mas você esqueceu o meu nome e me sinto bobo. Está tudo bem.
A paisagem do corredor vazio passou rapidamente. Foi assustador de uma maneira diferente de quando eu estava sendo perseguido pelo professor antes. Eu me senti como o alvo de um serial killer psicopata.
— Está bem. Você enlouqueceu porque quase morreu e agora quer viver?
Acabou.
Eu corri desesperadamente para baixo. O homem tinha pernas longas. Subindo as escadas dois ou três degraus de cada vez, ele me alcançou na mesma velocidade do que a minha.
— É isso de novo. Faça isso e aquilo todos os dias. Eu apenas me tornei um tolo?
Eu não tive tempo de responder a esse idiota psicopata. No momento em que abri minha boca, senti como se minha cabeça fosse dividida por uma lâmina de machado.
— Ah, caramba… … .isso é muito….
O homem resmungou baixinho. De repente, ele veio para mais perto de mim. Nem parecia nada difícil. Percebi que nunca poderia vencê-lo correndo.
— Para aí, Ki Youngwon sunbae!
Ele parou, então fechei os meus olhos e gritei com uma certa urgência. Ele estava me seguindo porque eu não estava reconhecendo. Então, se eu fingisse que não estava lembrado dele, por isso teria que sair correndo. Morrer assim ou morrer daquele jeito, mas se eu fosse morrer de qualquer maneira, eu queria tentar o último recurso antes de morrer.
— Desculpa! Espere…Não o reconheci porque estou confuso e assustado! Espere…
— ….
Meu tom saiu sério e triste. Mas pareceu funcionar. O homem parou de se mover de seu lugar. Engoli seco e abri meus olhos e olhei para trás lentamente. E o que apareceu foi a figura de um homem empunhando um machado com uma expressão inexpressiva.
— Ahh!
Eu gritei feio. Claro, não tive escolha a não ser desistir. Em uma manhã, o mundo é mais que ideal, tendo monstros terríveis os perseguem, e a única pessoa que eu mal enfrento enlouqueceu e carrega um machado ensanguentado. Era estranho estar calmo nessa situação. Porra! Houve o som de um machado esmagando carne e partindo ossos. A coisa que estava prestes a pular em mim por trás desabou no lugar. Seu rosto estava irreconhecível, mas parecia ser um aluno da nossa escola. O sangue estava manchado no chão cravado na jaqueta que ele usava. Sangue podre e pegajoso escorria lentamente, formando uma poça vermelha escura. Havia um fedor terrível.
— É, é… .
Minhas pernas cederam fazendo cair os joelhos. Todo o meu corpo tremeu. O autoproclamado sunbae olhou fixamente para mim que estava coberto com um rosto miserável.
Então ele olhou para mim. Ele me encarou por um tempo extraordinariamente longo e, com um suspiro lento, sacou a lâmina do machado.
— Dongsaeng, mantenha sua mente em ordem.
Ele não disse mais bobagens sobre por que estava fingindo não saber. Ele nem tentou me matar. Não sei se é justo usar essa metáfora, mas era como alguém que acabava de acordar da obsessão por alguma coisa. O sunbae puxou a máscara até o queixo e a colocou novamente. O nariz e a boca estavam cobertos, deixando apenas os olhos, o que dava uma sensação estranhamente fria.
— Fique bem perto de mim. Se você se perder, você será comido por aqueles bastardos. Ou terá a cabeça cortada por alguém.
Pensei que seria melhor, ser mordido por um monstro ou ter minha cabeça estourada por um machado. Ambos eram irrelevantes.
— Siga-me. Não faça barulho.
— Barulho?
— Não me pergunte a mesma coisa que acabei de falar. Odeio repetir as coisas.
— …….
Acho que nunca perguntei a mesma coisa várias vezes. Mas mantive a boca fechada. Por enquanto, a vida era preciosa. O sunbae soltou o machado em sua mão e se afastou. Ele caminhou secamente, como se estivesse irritado, e quase nenhum passo soou. Olhei nervosamente e o segui ele.
Eu não sei o que está acontecendo aqui e agora, o que eu já encontrei, por que ele está me tratando como se ele me conhecesse há muito tempo. Eu tinha uma montanha de perguntas, mas nem tive tempo de perguntar.