A União do Coelho e o Tubarão - Novel - Capítulo 24 - Movimento Fatal (Fim Vol. 2)
Galle e Virdo se prepararam para sair e foram imediatamente para a casa do médico golfinho. A data prevista para o check-up do Virdo estava se aproximando e, como o bebê nasceu, resolveram fazer o check-up um pouco mais cedo.
Bateu na porta da casa do médico golfinho e logo a porta da frente se abriu. O médico pareceu surpreso ao encontrar não dois, mas quatro convidados. Finalmente, ele assentiu calmamente.
— Já nasceu? Vamos dar uma olhada.
— Ok.
Virdo assentiu, babando de nervosismo.
O médico diagnosticou imediatamente. O médico disse, olhando alternadamente para Galleno e Vinny que entraram em seu quarto.
— Então vamos dar uma olhada na criança. Um é uma lesma e o outro é… . É um tubarão? Mas é um pouco pequeno.
— Sim… ele nasceu dessa forma.
— É interessante… . Vamos olhar mais de perto.
O médico golfinho pareceu curioso, como se fosse a primeira vez que via nascer uma espécie diferente, e iniciou o exame. O médico que examinou vários lugares acenou com a cabeça como se entendesse e continuou falando.
— A lesma está saudável. O tubarão é muito menor do que o normal.
— Também… é assim mesmo?
— Sim, é normal que o tamanho de seus corpos seja duas vezes maior que quando nasceram, mas seus corpos são praticamente os mesmos agora.
— Ah… .
O rosto de Virdo ficou cada vez mais preocupado ao ouvir o médico. Como esperado, sentiu como se o bebê tivesse nascido por engano. Enquanto Virdo ficava deprimido, o médico golfinho continuou falando com sua expressão habitual, como se não houvesse necessidade de se preocupar.
— Senhor Virdo, o simples fato de essa criança ter nascido é incrível. O senhor Virdo também é uma lesma e sua condição física era instável antes de nascer.
— Sim, mas… .
— Felizmente, não há anormalidades especiais observadas em outras partes. Se o criarem bem no futuro, ele será capaz de crescer tanto quanto um tubarão normal.
— Sério? Graças a Deus.
Só então Virdo relaxou sua expressão congelada. Ficou muito preocupado porque era algo que já estava incomodando.
Quando Virdo soltou uma pequena risada, o médico golfinho assentiu e olhou para Galle, que estava parado atrás de Virdo.
— Agora acabou o check-up dos bebês e vou fazer o check-up do Sr. Virdo … . Sr. Galle, poderia sair por um momento?
Quer que ele vá embora? Virdo olhou para Galle sem expressão.
Exceto quando Virdo entrava em trabalho de parto, Galle estava sempre ao seu lado. O mesmo aconteceu durante o exame. Mas hoje, quando lhe disse para sair, Galle franziu a testa.
— Por que?
— Preciso verificar algo brevemente. Levará apenas um momento.
Ao ouvir as palavras do médico, Galle olhou para o médico golfinho com uma expressão desconfiada no rosto. Seu rosto estava cheio de raiva, como se o médico estivesse prestes a fazer algo estúpido.
Galle saiu lentamente da sala após dizer a Virdo que estava bem e dizer-lhe para ficar fora. Mesmo ao sair da sala, ele parecia desconfiado e não conseguia tirar os olhos do médico golfinho, muito lentamente.
A porta se fechou de repente, deixando apenas Virdo e o médico golfinho na sala. Esta foi a segunda vez que Virdo ficou sozinho com o médico assim, mas hoje foi a primeira vez que ele ficou sóbrio. Virdo se perguntou se havia algo errado com ele, então baixou a voz e perguntou sério.
— Por que… tenho alguma doença grave?
— Não, não. O Sr. Virdo é muito saudável. Está tão saudável que nem consigo imaginar que estava naquele estado quando deu à luz seu filho.
— Então, por que… ?
Virdo perguntou curioso. A menos que seja um problema grave de saúde, há algum motivo para mandar Galle embora? Quando Virdo perguntou rigidamente, com as costas apoiadas, o médico golfinho sorriu levemente e disse, como se tentasse aliviar seu frio.
— Eu queria falar com o Sr. Virdo.
— … comigo?
Virdo piscou com palavras inesperadas. O médico golfinho acenou com a cabeça em resposta à pergunta de Virdo e logo começou a falar.
— Olhando para a condição física dele, fico feliz que o senhor Galle pareça estar melhor do que eu esperava. No início fiquei muito preocupado quando vi o Sr. Virdo. Eu me perguntei como você poderia conhecer um tubarão, e se tubarão estava apenas brincando contigo.
— … … .
Enquanto Virdo mantinha a boca fechada, incapaz de encontrar algo para dizer em resposta, o médico golfinho sussurrou baixinho em uma voz que só Virdo conseguia ouvir.
— Porque, honestamente, a raça dos tubarões é tão ignorante.
— O tubarão…, isso é uma característica racial?
— Sim, eu também sou um golfinho, então não tenho muito a dizer, mas… . A maioria deles são pessoas que vivem como querem. Raças insignificantes são tratadas como meras presas ou brinquedos para brincar por um tempo.
Comida ou brinquedo… . Com essas palavras, Virdo lembrou-se da imagem de um tubarão-tigre desconhecido perfurando sua nuca. Realmente teria sido assim se Galle não o tivesse protegido naquele momento.
Quando Virdo assentiu, o médico finalmente continuou falando.
— É por isso que não me importo com as raças mais abaixo na cadeia alimentar que considero inferiores a mim. Para eles, você não é nada mais nada menos do que apenas uma presa.
— Ah… .
— Em particular, o senhor Galle é o tubarão da família Cuvier. O mais forte entre os tubarões-tigre. Então, pensei que esses estereótipos* estariam mais profundamente enraizados do que outros.
(NT: O estereótipo é um tipo de padrão que a sociedade constrói. É uma ideia preconcebida que acaba colocando as pessoas ou grupos sociais em “caixinhas”, criando rótulos, ditando seus comportamentos e padronizando sua imagem de forma bem preconceituosa.)
As palavras do médico lembraram a Virdo o que Galle lhe disse outro dia. Ele vive como queria. Ele disse que tinha tudo o que queria e não se importava com a opinião de ninguém.
Parecia assim para outras criaturas também. Enquanto Virdo balançava a cabeça lentamente em simpatia, o médico golfinho perguntou a ele.
— Vendo que um tubarão assim trata tão bem o Sr. Virdo, parece que ele te ama de verdade, certo?
— … eu penso que sim.
Galle deve estar apaixonado por si mesmo. Então, para pedir uma chance e assumir a aparência de um tubarão amigável que não combina contigo.
Quando Virdo acenou com a cabeça e respondeu, o médico golfinho riu levemente e depois falou sério.
— Estou dizendo isso porque não tenho certeza do que o Sr. Virdo pensa do Sr. Galle… . Se você não o ama, diga-o. Se você quiser fugir, posso ajudá-lo.
— Fugir?
— Sr. Virdo, você não quer ficar com ele porque não pode fugir daquela casa? É onde os tubarões acampam.
— Sim, mas… .
Virdo parou. Não sabia quanto ao médico golfinho, mas Virdo já tentou escapar duas vezes. Tudo terminou em tentativa, mas cada vez que era arrastado para casa por Galle, pensava na próxima oportunidade, pensando que algum dia haveria outra chance de escapar.
Mas ele não sabia que a próxima oportunidade chegaria tão rapidamente. Se fosse um Virdo normal, claro que diria que era bom. Ter ajuda de um golfinho. Os golfinhos nadam rápido e são inteligentes o suficiente para praticar medicina. Foi uma corrida tão notável que se perguntou onde mais haveria alguém tão confiável.
E há pouco resolveu dar mais uma chance ao Galle em casa, mas na verdade não tinha certeza se Galle continuaria o atendendo. Por se tratar de um tubarão que não tem muita paciência, poderia facilmente ter sido espancado porque estava cansado.
‘As pessoas não podem ser reescritas’ era um ditado famoso que foi transmitido oralmente do mundo humano para o mar. A razão pela qual esta palavra foi transmitida à vida marinha foi porque se aplicava não apenas às pessoas, mas também à vida marinha. Como tal, a natureza não era algo que pudesse ser facilmente mudado. Como diz o ditado, Galle pode ser um tubarão que não pode ser reescrito e difícil de aceitar como noivo.
Mas agora de alguma forma… . Será porque não faz muito tempo que presenciou o nascimento de uma pequena criatura? Estranhamente, não ficou comovido.
Embora seja um tubarão inflexível e que não consegue se comunicar, ele se perguntou como ele seria tão atencioso com as lesmas, uma espécie inferior. Porque podia esquecer por um momento as enormes diferenças entre as raças. Querendo viver bem com os pequeninos… .
Os motivos foram muitos, mas mais do que tudo, ele queria acreditar em Galle. Como ele disse, havia percorrido um longo caminho, mas queria começar de novo. Ele queria confiar nele apenas mais uma vez.
Virdo baixou a cabeça para o médico que o fez pensar.
— A ajuda… obrigado. Mas acho que ainda está tudo bem.
— … se é assim mesmo.
O médico golfinho acenou com a cabeça com uma cara um pouco envergonhada, como se tivesse dito algo sem sentido. Sua reação foi que sempre entendeu mal a relação entre Virdo e Galle.
Ele viu certo… . Virdo fez uma escolha impulsiva. Então, por precaução, com a intenção de fazer um seguro… . Virdo olhou para o médico e perguntou baixinho, abaixando a voz.
— Se eu por acaso mudar de ideia da próxima vez… . Posso te pedir um favor então?
— … sim. Esta não é uma decisão fácil de tomar.
Felizmente, o médico golfinho assentiu de bom grado. Virdo sorriu levemente com isso.
O médico golfinho parecia um pouco insensível, talvez pelo seu jeito de falar ou pela sua aparência bem cuidada.
Agora que olhava para ele, parecia ser um bom golfinho. Achando que ele deve julgar com base nas primeiras impressões.
Enquanto Virdo estava sentado na cadeira pensando nisso, o médico pareceu envergonhado e encolheu os ombros.
— Eu pedi para você ficar somente para dizer isso. Não há mais nada para verificar, então você pode sair.
— Ah, obrigado pela sua preocupação.
Virdo assentiu mais uma vez e levantou-se da cadeira.
Virdo se virou e foi em direção à porta. Foram apenas alguns passos, mas todos os tipos de pensamentos encheram a sua mente.
Ainda não sabia o que seu futuro reserva. Essa escolha foi boa ou ruim? Tudo é desconhecido. Ainda assim, seu coração parecia mais leve. Se ele realmente quiser sair daquele lugar, tem uma opção porque pode perguntar ao médico golfinho.
Se ele quiser fugir, ele será capaz de escapar.
Virdo, sentindo-se muito mais leve, estendeu a mão e abriu a porta fechada. Como sempre, Galle esperou por ele do lado de fora e fez contato visual.
Galle perguntou a Virdo com um rosto que parecia abraçar algo encantador.
— Foi tudo bem?
— Sim, estou em muito boa forma agora, e… .
— E?
Enquanto Virdo se arrastava sem dizer nada rapidamente, Galle lançou-lhe um olhar curioso. Como estive sozinho com o médico golfinho há pouco tempo, ficou muito curioso para saber o que eles estavam falando.
Não importa o quanto ele olhe para isso, não poderia dizer a ele sobre a conversa. Virdo ergueu triunfantemente os cantos da boca e falou com Galle.
— Cher… seja gentil comigo.
— Huh? Ok. Eu vou te tratar bem.
Galle acenou com a cabeça confusa com o comentário inesperado. O tom de voz parecia afirmar o óbvio. Galle reagiu assim, depois inclinou a cabeça e perguntou como se sentia incomodado com alguma coisa.
— Mas foi só isso que você conversou com o médico?
— Sim. Ele disse que eu estou saudável graças ao bom trabalho do Cher e continuar fazendo esse bom trabalho.
— Eu serei legal com você mesmo se você não disser isso… .
Galle respondeu sem rodeios, mas continuou a questionar Virdo se isso era tudo do que o médico golfinho disse. Virdo acenou com a cabeça e segurou a menina nos braços.
Esperando que sua escolha esteja certa. Em primeiro lugar, tinha que confiar neste homem.
No caminho para casa, montado nas largas costas de Galle. Virdo olhou para trás, para a vasta paisagem marítima.
Embora ele tenha sido ameaçado de ser comido quando vagava sem rumo pelo mar, o mar azul ainda era lindo e tranquilizou.
As fracas criaturas do mar veem o lar como um sonho, mas foi mais difícil para Virdo morar na casa de Galle. Foi tanta coisa que sentiu falta dos dias perigosos de vagar lá fora.
Como morou muito tempo fora, sua casa não era tão confortável quanto a dele, e Galle também o incomodava todos os dias. Então, quando ele estava montado nas costas do Galle assim, muitas vezes pensou em pular e sumir.
Mas não hoje. Não ficou perturbado quando passou pelo grande portão e viu o pátio espaçoso.
No caminho para casa, Virdo nunca se sentiu tão alegre. Sempre sentia como se estivesse sendo capturado à força e levado por um pescador, mas agora sentia como se estivesse voltando para casa por conta própria .
Continuando no volume 3
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